Foto/reprodução O governo federal oficializou, nesta quarta-feira (24/12), o novo valor do salário mínimo que passará a vigorar em todo o Br...

Foto/reprodução
O governo federal oficializou, nesta quarta-feira (24/12), o novo valor do salário mínimo que passará a vigorar em todo o Brasil a partir de 1º de janeiro de 2026. Através de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no Diário Oficial da União, o piso nacional foi fixado em R$ 1.621.
O ajuste representa um incremento de R$ 103 em relação ao valor atual de R$ 1.518, consolidando a política de valorização real do poder de compra, uma das principais bandeiras da atual gestão econômica.
Como o valor foi calculado?
Diferente de anos anteriores, onde o reajuste apenas repunha a inflação, o cálculo atual segue uma fórmula que combina o custo de vida e o desempenho da economia. Os pilares para o valor de R$ 1.621 foram:
Inflação (INPC): O Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumulou alta de 4,18% no período de 12 meses até novembro de 2025.
PIB: Foi considerado o crescimento do Produto Interno Bruto de 2024 (que foi de 3,4%). Contudo, por lei, a parcela do PIB aplicada ao salário mínimo é limitada ao teto de 2,5%.
Essa metodologia visa garantir que o trabalhador tenha um ganho acima da inflação, permitindo um aumento real na renda das famílias.
De R$ 1.631 para R$ 1.621: Por que o valor caiu?
Muitos brasileiros estranharam a cifra final, já que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) previa R$ 1.631 em agosto. A redução de 10 reais na projeção final ocorreu porque a inflação oficial de 2025 fechou abaixo do esperado. Como o cálculo é indexado ao INPC real de novembro, o governo ajustou o valor para baixo para refletir a realidade dos preços.
O Impacto na Sociedade e na Economia
O salário mínimo é o principal balizador da economia brasileira. Segundo dados do IBGE e do Dieese, o impacto desse reajuste é profundo e atinge diferentes camadas:
Trabalhadores e Aposentados: Mais de 60 milhões de pessoas têm seus rendimentos vinculados ao mínimo, incluindo beneficiários do INSS e do BPC.
Consumo Interno: A injeção de bilhões de reais na economia aquece o comércio e o setor de serviços.
O "Mínimo Ideal": Apesar do aumento, o abismo social ainda é evidente. O Dieese aponta que, para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas (alimentação, moradia, saúde e lazer), o valor deveria ser superior a R$ 7 mil.
O que esperar para o início de 2026?
Com a entrada em vigor em 1º de janeiro, os trabalhadores devem ver o reflexo do novo valor já no contracheque de fevereiro (referente aos dias trabalhados em janeiro). Para as empresas, o momento é de planejamento para ajustar a folha de pagamento e os encargos trabalhistas incidentes sobre o novo piso.
Da Redação do Direto do Congresso