Reprodução/Record Minas Suspeito do crime foi preso enquanto treinava em uma academia de luxo na região Oeste da cidade; vítima deixa uma fi...
Reprodução/Record Minas
Suspeito do crime foi preso enquanto treinava em uma academia de luxo na região Oeste da cidade; vítima deixa uma filha de 15 anos
Foi enterrado sob aplausos, na tarde desta terça-feira (12), em Contagem, na Grande BH, o gari morto a tiros por um empresário em Belo Horizonte. Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, estava trabalhando na coleta domiciliar de lixo quando o crime aconteceu, na manhã de segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, na região Oeste.O suspeito, Renê Nogueira da Silva Júnior, foi preso em flagrante enquanto treinava em uma academia na mesma região onde o Laudemir foi atingido pelo disparo. A vítima deixa uma filha de 15 anos.
Como aconteceu o crime?
De acordo com a PM (Polícia Militar), o caminhão de coleta estava parado na rua enquanto a equipe recolhia o lixo. Como alguns veículos estavam esperando, a motorista do veículo e os coletores sinalizaram que o suspeito poderia passar pelo espaço disponível.
“Nesse momento, segundo informações dela [motorista], o condutor falou: ‘se você esbarrar esse caminhão no meu carro, eu vou dar um tiro em você. Você duvida?’. Ela entrou em choque, os coletores começaram a acalmá-lo e um deles levou um tiro”, detalhou o sargento Tiago Ribeiro, que acompanhou a ocorrência.
Um colega de Laudemir afirma que Renê já desceu do carro armado. “Demos preferência para ele [Renê] passar. Ele passou e passou ameaçando. Eu falei que não precisava fazer aquilo, porque a gente estava trabalhando. Eu pedi para ele seguir em paz. Mesmo passando, virou uma atitude desagradável, com ele apontando a arma para nós. No extinto de tentar sobreviver, eu corri, mas acertou o meu colega”, completou.
Laudemir chegou a ser socorrido por policiais militares para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu aos ferimentos.
Prisão do suspeito
O suspeito do crime é o empresário Renê da Silva Nogueira Junior, de 46 anos. Ele é marido de uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais e sócio-administrador de três empresas.
Renê foi preso enquanto treinava em uma academia de luxo na avenida Raja Gabáglia. Segundo testemunhas, ao ser abordado, o empresário disse que não sabia sobre qual crime estava sendo acusado.
Ele foi levado por policiais para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), onde prestou depoimento por cerca de sete horas. Depois de ser ouvido, a prisão em flagrante foi ratificada pelo delegado e o suspeito levado algemado para o Ceresp Gameleira, situação diferente da qual ele chegou na delegacia. O empresário estava com o rosto coberto e não quis comentar sobre o caso.
Durante o depoimento, Renê contou à polícia que o carro em que ele estava e a arma utilizada no crime pertencem a esposa dele, Ana Paula Lamego Balbino, que é delegada da PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais).
Desdobramentos da investigação
Após a declaração de Renê, a polícia instaurou um procedimento disciplinar e um inquérito policial para apurar a conduta da delegada Ana Paula Lamego Balbino em relação ao caso. Além do investigado, três testemunhas foram ouvidas e reconheceram o suspeito. Em nota, a Polícia Civil informou que “outras informações serão divulgadas em momento oportuno”.
“Sentimento de revolta”, desabafa enteada de gari morto a tiros enquanto trabalhava em BH
Minas Gerais|Lucas Eugênio, do R7