Carlos Lupi deixa Ministério da Previdência após escândalo da fraude no INSS — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução O ministro da Previdência S...
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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (2/4), em meio à crise provocada por uma série de denúncias sobre descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A saída de Lupi foi aceita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ocorre após semanas de pressão crescente em razão das investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), que apontam a existência de um esquema bilionário de fraudes envolvendo entidades que atuam junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Nas redes sociais, Lupi agradeceu ao presidente Lula pela confiança durante sua gestão e reiterou seu apoio às investigações. “Meu nome não aparece em nenhum momento nas investigações. Apoiei, desde o início, todas as apurações, com total transparência”, afirmou. Segundo o agora ex-ministro, a decisão de deixar o governo foi motivada pelo desejo de preservar a governabilidade e permitir que a pasta avance na solução dos problemas.
Lupi ainda defendeu que “todos os responsáveis pelas irregularidades sejam identificados e punidos”, posicionando-se publicamente contra as práticas denunciadas.
O atual secretário-executivo do Ministério da Previdência, Wolney Queiroz, assumirá o cargo de substituto de Lupi. De acordo com a ata do Conselho Nacional de Previdência Social, Wolney esteve presente na reunião de junho de 2023, na qual Lupi foi alertado sobre indícios de fraudes no INSS.
A repercussão das denúncias levou a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) a intensificarem as investigações, culminando na deflagração da Operação Sem Desconto, no último dia 23 de abril. A operação resultou no afastamento de servidores públicos e na exoneração de Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS, que havia sido indicado por Lupi.
Embora o ministro não esteja formalmente entre os investigados, a crise política se agravou após a revelação de que ele teria sido informado ainda em 2024 sobre as suspeitas envolvendo os descontos indevidos — sem, no entanto, ter adotado medidas concretas para impedir a continuidade das fraudes. A demora na substituição de Stefanutto também gerou desconforto dentro do governo, contribuindo para o desgaste de Lupi no cargo.